Brigadas redim

Estudantes de Engenharia lançam aplicativo para apoio a comunidades

O Favela Viva foi desenvolvido pelo Coletivo Força Motriz, formado por universitários da UFRJ, com a colaboração de voluntários. Oferece contato por celular a uma base de profissionais nas áreas jurídica, de saúde, psicológica.

O Coletivo Força Motriz, formado por estudantes de Engenharia da UFRJ, lançou o Favela Viva, aplicativo para assistência online a moradores de favelas. Inicialmente, o sistema está sendo utilizado nas comunidades da Ficap, na Barreira do Vasco e em duas ocupações no Centro do Rio, um universo de cerca de mil famílias, ou 4 mil pessoas, onde o Coletivo atua prestando assessoria técnica a projetos de habitação popular.

O Favela Viva foi desenvolvido por universitários do Força Motriz, coletivo que integra as Brigadas Populares, com a colaboração de voluntários. A plataforma visa fornecer orientações para demandas críticas dos moradores, especialmente no cenário da pandemia de Covid-19, explica Pedro Monforte, estudante de Engenharia do Coletivo e também do núcleo Senge Estudante, do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge RJ).

Basicamente, o aplicativo reúne uma base de voluntários em várias áreas profissionais, que podem ser acionados pelos moradores, remotamente, pelo WhatsApp. “Decidimos fazer tudo pelo WhatsApp porque é o canal a que a maior parte das pessoas tem acesso, e os planos de internet já o oferecem gratuitamente”, explica Pedro. O Favela Viva já conta com cerca de 50 voluntários e registrou 200 acessos no site, na primeira semana de lançamento. Os interessados devem entrar no site do sistema https://www.forcamotriz.org/favela-viva-moradores , dentro da página do Força Motriz e fazer um cadastro, indicando em que área precisam de apoio, para que um voluntário do setor possa entrar em contato.

Estão disponíveis voluntários dos seguintes setores:

  1. Assistência de saúde: orientação sobre sintomas da Covid-19 e outras doenças, sobre como usar a máscara e outros equipamentos de segurança, e para onde os moradores podem ser encaminhados em casos graves. Além disso, são fornecidas informações relacionadas a saúde da mulher, do idoso e infantojuvenil.
  2. Assistência jurídica e social: orientações sobre o auxílio de renda do governo e outros benefícios sociai; como agir em casos de abuso e violência doméstica, de ameaças de remoção em ocupações ou comunidades, falta de eletricidade ou água, ou qualquer outro direito ameaçado. Além disso, os profissionais orientam sobre direitos de empregadas domésticas, direito ao tratamento de saúde e INSS.
  3. Assistência psicológica: orientação e apoio em momentos delicados, e ajuda para moradores que sentirem grandes abalos emocionais. Além disso, apoios específicos para a mulher, idosos e infantojuvenil.

Pedro Monforte destaca que Coletivo Força Motriz continua buscando voluntários para integrarem a base. “Muitas pessoas da comunidade têm questões complicadas, mães com filhos e outros familiares desaparecidos, pessoas com Covid-19, entre vários problemas”. O maior número de demandas, contudo, diz o estudante, envolve auxílio jurídico para receber INSS, auxílio emergencial, benefícios previdenciários. 

A equipe do Força Motriz está conversando com associações e entidades de outras comunidades para expandir o uso do sistema. O Coletivo destaca que “o sistema não reduz a necessidade e a importância de um atendimento completo para os moradores em todas essas áreas”, escrevem na apresentação do sistema. Pretende, no entanto, ajudá-los a driblar os problemas.

Clique aqui para se cadastrar no Favela Viva: https://www.forcamotriz.org/favela-viva-moradores
Clique para conhecer a página do Coletivo Força Motriz: https://www.forcamotriz.org/

Foto: Barreira do Vasco/Coletivo Força Motriz