Luis Fernandes afirma que o momento é de luta pela retomada da democracia
“Nós não vamos socializar miséria, nós temos que socializar riquezas, e essas riquezas precisam ser produzidas”, afirma
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Foto: Ana Paula Bispo
Por Marine Moraes - SENGE-PE
Para Luis Manuel Rebelo Fernandes, cientista político e professor da PUC-RJ, estamos vivendo um processo de negação da soberania nacional. “Com uma profunda desnacionalização da economia brasileira e de subordinação aberta do Brasil aos poderes centrais em decadência no mundo”. Um projeto antinacional, que desestrutura, entre outras coisas, a engenharia nacional, afirma o cientista político.
Há uma questão principal e uma questão fundamental no processo de desenvolvimento da nação. A fundamental é a social, mas a principal é a questão nacional, uma vez que é ela que estrutura as demais. “Porque nós não vamos socializar miséria, nós temos que socializar riquezas, e essas riquezas precisam ser produzidas”, pondera.
Operações como a Lava Jato na engenharia nacional, atingem diretamente empresas que projetavam o Brasil a nível internacional, que garantiam a presença do país no mundo. E, na avaliação do cientista político, junto com operações como a Carne Fraca, desmonta a capacidade industrial brasileira e deslegitima as empresas nacionais, atendendo os interesses da concorrência internacional.
Fernandes aponta que é fundamental combater a corrupção, mas não se pode respaldar a instrumentalização da bandeira anticorrupção para implantar o projeto de desnacionalização. “Em nome do combate à corrupção, autores não políticos, não eleitos, que não prestam contas à sociedade, como o sistema judiciário e a mídia manipulada, estão impondo ao país uma agenda de desenvolvimento completamente antidemocrática”, afirma.
O cientista político aponta como solução para retomar o projeto de desenvolvimento do país, a retomada da democracia. Mas, reconhece que o caminho da democracia está ameaçado. “Nós precisamos lutar para que possamos ter as eleições de 2018. E tentar reconstruir a hegemonia de nosso campo”.
Fernandes sugere, também, a construção de uma nova política de desenvolvimento nacional, reconhecendo a importância das empresas privadas como parte do projeto nacional. O Estado precisa atuar como indutor do desenvolvimento, para, assim, viabilizar a soberania nacional.