Ato eletrobras

Ato público pede reestatização da Eletrobras, nesta segunda (5), às 11h, no Centro do Rio

A manifestação, apoiada pelo Senge RJ, foi convocada pelo Coletivo Nacional dos Eletricitários, e vai acontecer na frente da sede da empresa, na rua da Quitanda, 196. Participe!

 O Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) convida para grande ato público nesta segunda (05/06), às 11h, em frente à sede da Eletrobras, na Rua da Quitanda, 196, Centro do Rio de Janeiro. 

🤝 O SENGE RJ convoca os engenheiros e  engenheiras a se juntarem na defesa desse patrimônio estratégico para a soberania nacional!

A pauta de reivindicações é:

 - Apoio à ação da União pela retomada de poder de voto na Eletrobras;

- Contras as demissões e o desmonte do Cepel e;

- Em defesa das Fundações do Sistema Eletrobras.

Poder de voto
Felipe Araújo, diretor do Senge RJ e da Associação dos Empregados de Furnas (Asef), empresa vinculada à holding da Eletrobras, explica que embora o governo brasileiro tenha a maioria das ações, quase 43%, seu poder de voto é de apenas 10%. Com isso, mesmo que a posição do governo seja contrária a alguma medida da atual direção da Eletrobras, pode perder. Isso aconteceu recentemente quando o governo Lula quis manter a representação dos trabalhadores no Conselho de Administração, mas foi voto vencido. É de responsabilidade do Conselho de Administração reorganizar e reestruturar a empresa, pode barrar demissões em massa, entre outras demandas.

O dirigente também conta que, no último dia 30 de maio, os trabalhadores entraram com uma consulta à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), para que a Eletrobras respondesse ao mercado sobre a proposta que circulava na imprensa, de aumento de cadeiras no Conselho Administrativo a serem ocupadas pelo governo federal. Segundo Araújo, seria uma forma de tentar diminuir a pressão sobre a direção da Eletrobras para que a União retome o seu direito de voto de acordo com o número de ações que possui.

No dia 5 de maio, a Advocacia-Geral da União (AGU) ajuizou ação, subscrita pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, com pedido liminar requerendo ao Supremo Tribunal Federal (STF)  a declaração parcial de inconstitucionalidade de dispositivos da regra que proíbe que acionista ou grupo de acionistas exerçam votos em número superior a dez por cento da quantidade de ações em que se dividir o capital votante da empresa.

“A proposta da empresa em aumentar em duas, quatro cadeiras não garante o percentual de votos na assembleia de acionistas, ou mesmo no conselho e isso que queremos, que o governo possa ter maior influência nas decisões da empresa, proporcional às ações que possui”, diz Araújo.

O dirigente critica ainda a forma como essa notícia foi divulgada aos acionistas por meio da imprensa, como informações de bastidores, sem nenhuma transparência. Cabe, portanto, a suspeição de que, por meio de sua assessoria de imprensa, contratada a peso de ouro, a Eletrobras tenha tentado criar uma narrativa junto aos veículos de comunicação.

“O fórum adequado de decisão de aumento ou não de cadeiras no Conselho é a assembleia dos acionistas, e nós, como funcionários, somos acionistas minoritários e, por isso fizemos essa provocação à CVM, e a direção teve de voltar atrás, ‘desmentindo’ a notícia,  ainda que fosse sua real intenção”, explica. 

Desmonte do Cepel
 Ainda este ano, a direção prevê a demissão de 20% dos trabalhadores das empresas do grupo Eletrobras. Para isso propôs um novo Plano de Demissão Voluntária (PDV). Segundo Araújo, o enxugamento do quadro dos funcionários está adoecendo quem fica e provocando acidentes de trabalho como queimaduras, especialmente em quem atua na manutenção e nas operações de infraestrutura, subestação, transmissão e geração de energia.

“Um dos setores que deve sofrer com o corte é o centro de serviço compartilhado, que será totalmente transferido para Recife [PE]. Isso força um trabalhador lotado na região Sudeste a aceitar o PDV. Somente no Rio serão mais de 400 funcionários prejudicados”, conta.

O último Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), da categoria foi mediado pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), que permitiu que a Eletrobras demitisse até 20% do seu quadro pelo PDV no ano passado e outros 10% neste ano.

Os eletricitários sempre defenderam o Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel), o maior de energia elétrica da América do Sul. O Cepel é responsável pelo desenvolvimento e manutenção de cadeias de software de grande importância, como para operação do Sistema Interligado Nacional (SIN) utilizado pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), assim como para determinação dos preços da energia, pautado na eficiência do sistema e minimização do custo; além daqueles destinados ao planejamento, entre outras funções. A atual direção está fechando o Cepel

Fundações do Sistema Eletrobras.

Segundo Felipe Araújo, a atual direção da Eletrobras quer mexer nos fundos de pensão da aposentadoria dos trabalhadores, cujo valor soma cerca de R$ 44 bilhões.

“Eles têm um projeto de unificar todos os fundos de pensão. Uns são deficitários e outros não. O problema está em ter um banco controlador e um fundo de investimento com grande capilaridade, cujos ativos são de difícil rastreamento, havendo o risco até de se mascarar um  furo contábil como o caso das lojas Americanas”, denuncia.

 

Fonte: CUT

>>>  Assine o Manifesto pela #ReestatizaçãodaEletrobras
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSf2FmZ0Lwx8-xIeyEo6M_UvHf-TeQvZsNUNF37nfrN95O_GLw/viewform

Saiba mais: 
https://www.sengerj.org.br/posts/parlamentares-e-eletricitarios-discutem-retomada-da-eletrobras-publica-com-casa-civil-e-agu
https://www.sengerj.org.br/posts/majoritario-governo-pede-ao-stf-mais-poder-de-decisao-na-eletrobras