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A Petrobrás está sendo desmontada

José Sérgio Gabrielli de Azevedo defende a retomada do controle público dos recursos estratégicos

Foto: Ana Paula Bispo

 

Frente ao desmonte da Petrobrás promovido pelo governo golpista de Michel Temer, o ex-presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli, afirma que é preciso impedir a aceleração de leilões dos campos de petróleo. O economista foi um dos participantes da segunda mesa do II Simpósio SOS Brasil Soberano, realizado na quinta-feira (27), em Salvador.

O governo golpista pretende fazer o leilão de quatro campos de petróleo ainda em este ano. Os campos de Libra e de Lula já foram leiloados.

Passados dez anos desde a descoberta do petróleo na camada pré-sal, em 2006, os campos são a principal fonte de petróleo novo no mundo nos próximos 15 anos.

 

RIQUEZA X CRESCIMENTO ECONÔMICO

Entretanto, Gabrielli apresentou pesquisas que comprovam uma correlação negativa entre a abundância de recursos naturais e o crescimento econômico. Países mais ricos em recursos naturais, como Iraque, por exemplo, têm baixo crescimento na economia. Isso porque “o resultado positivo ou negativo depende da política que o país adota para se apropriar desses recursos”, afirmou.

“A experiência internacional mostra que não basta ter a riqueza, mas discutir as instituições que vão gerir, explorar, incentivar a indústria e a pesquisa, e definir as políticas públicas”,conta Gabrielli.

A pressa em leiloar os campos de petróleo demonstra a intenção do governo golpista de impedir a possibilidade de participação da Petrobrás nos leilões. Com a estatal fora, toda a riqueza natural do Brasil será explorada por governos e empresas estrangeiras sem qualquer preocupação com o desenvolvimento social e econômico brasileiro.

 

“A PETROBRÁS ESTÁ DESMONTADA”

Em 2006, quando o pré-sal foi descoberto, o Brasil vivia uma gigantesca expectativa de crescimento do mercado de combustíveis, após dez anos sem o setor crescer. Essa era a oporunidade de ampliar o consumo de gás no país, principamente depois da dolorosa experiência do apagão, que exigiu o uso das usinas de energia térmicas, além das hidrelétricas. Além disso, diante deste cenário, era necessário aumentar a confiança no sistema brasileiro de geração de energia.  Hoje, vemos a Petrobrás ser desmontada e sofrer uma drástica redução de investimentos, acabando com o crescimento alcançado nesses mais dez anos.