INB: nota da Intersindical pede saída da gestão remanescente do governo anterior
Os sete sindicatos que representam os empregados na empresa denunciam arrocho salarial, má administração do patrimônio público e decisões contrárias à plataforma do atual governo. Querem do MME a pronta substituição da diretoria.
Negociação Coletiva: Senge-RJ x Industrias Nucleares Do Brasil S/a
Vigência: 2021/2022
Data da ocorrência: 02/05/2023
Ocorrência: Informe do Senge_RJ
UMA GESTÂO NEFASTA E IRRESPONSÁVEL EM TODOS OS SENTIDOS!
Desde janeiro deste ano, o Brasil tem um novo governo, democraticamente eleito em outubro de 2022. Como é de praxe nas mudanças de governo, principalmente quando o novo governo era a oposição ao antigo, espera-se que novos quadros ocupem as posições de direção no governo e nas empresas estatais. Também é praxe que as direções das estatais que foram nomeadas no governo passado se abstenham de tomar medidas administrativas que possam conflitar com os interesses do governo atual ou que possam ser contestadas por uma possível nova direção. Se existe um pressuposto de que a direção indicada pelo governo anterior poderia continuar no novo governo, no mínimo, o que se espera é que aconteça a confirmação dessa continuidade, para que determinadas decisões de gestão possam ser tomadas.
Na INB parece que essa praxe, essa coerente regra não escrita, não está sendo considerada pela atual direção.
A moribunda horda de malfeitores tem buscado apoio do deputado Júlio Lopes na tentativa de permanecer na direção da INB, e só podemos concluir que a intenção é atentarem ainda mais contra nós trabalhadores, arrochando nossos salários enquanto se locupletam com dinheiro público.
Pois vejam, adiantaram a saída da INB do orçamento do Tesouro e, logo em seguida, tiveram aumento salarial por volta de 14%, enquanto nós trabalhadores suportamos perdas estratosféricas acumuladas nos quatro anos dessa gestão bolsonarista.
Contrataram empresa para elaborar mais uma benesse para si, criaram um sistema de Remuneração Variável Administrativa – RVA, só para o Clubinho desordeiro, porém o pagamento da RVA está condicionado à implantação de PLR a ser paga aos trabalhadores, e esta estará condicionada às metas que eles imporão. Como uma unidade, a exemplo da URA, que vem sendo sucateada cumprirá metas de produção? Sem falar nos relatórios que descrevem a situação da unidade, que tiveram suas metas de produção alteradas por ordem do DRM, mesmo este sendo alertado que atualmente não há condições de produção para as metas impostas.
Neste último mês, a moribunda diretoria decidiu agilizar as definições para a implementação da PLR, que somente deverá ser paga aos trabalhadores em 2024. Seria possível aguardar a nova direção para esta discussão, mas a direção atual pretende fazer agora e, para além disso, decide dar um verdadeiro GOLPE nos trabalhadores, fazendo uma eleição para a escolha da maior parte dos representantes dos empregados na comissão da PLR, tentando vetar a participação dos sindicalistas, desconsiderando a representatividade dos sindicatos. Na grande maioria das estatais, inclusive das empresas subordinadas à ENBPar, a PLR é negociada com os representantes sindicais, que não estão suscetíveis às pressões das Empresas.
Como se não bastasse, mais decisões contestáveis foram tomadas. Organizaram um seminário que aconteceu no mês de abril, para planejar as ações da empresa no período de 2023 a 2026. Todo o corpo gerencial foi convocado a participar do evento, com duração de uma semana. A análise óbvia é que o evento deveria ocorrer em Resende, onde está a maior parte do corpo gerencial da INB. Mmas escolheram fazer o evento no Rio de janeiro, com custos de deslocamento, diárias, alimentação e hospedagem, com custos adicionais de local do evento e consultoria externa, a um custo em torno de R$ 350 mil. A nova direção já começará seus trabalhos sendo pautada por planejamento da diretoria que sairá.
Mudança de governo pressupõe mudança de diretores e superintendentes, encaminhamentos naturais. Não para a atual direção, que acaba de mudar dois superintendentes, inclusive transferindo um deles, não concursado, para outra superintendência em outra cidade, o que é totalmente desnecessário. Essa manobra nos parece ter por objetivo exclusivamente beneficiar o superintendente de Produção de Caetité, dando a ele um “presente” de saída, de aproximadamente R$ 80 mil, a título de auxílio transferência. No mínimo, o ato do PR, caso se concretize, poderá se configurar como desvio de finalidade, indo até improbidade administrativa.
A tropa bolsonarista no comando da INB colocou a empresa nos noticiários nacionais pela truculência com que vem conduzindo a questão da transferência de rejeitos da UDSP em São Paulo para UDC em Caldas MG. Mais uma vez, a falta de transparência dos gestores causa prejuízos à INB. Poderíamos viabilizar o aproveitamento comercial de todo material que está estocado nas duas unidades de São Paulo, mas essa gestão optou pela saída mais cara, complicada e truculenta, que seria transferir todo o rejeito radioativo para Caldas, em Minas Gerais, aumentando o passivo ambiental do local, desconsiderando todo o apelo da população e das lideranças políticas locais. O capitão de mar e guerra Edmundo Aquino Ribeiro Filho, que exerce função de confiança como chefe de assessoria da Presidência da INB, e é o responsável pela transferência do rejeito radioativo, insiste nesta transferência, o que foi objeto de matérias jornalísticas no Blog da Tania Malheiros.
https://taniamalheiros-jornalista.blogspot.com/2023/02/material-radioativo-paulista-pode-ir.html
A Intersindical vê essas ações com muita preocupação e espera que o governo federal, o MME e demais instâncias de controle e poder tomem as medidas que sejam necessárias. Assim como os empregados da NUCLEP cobram do novo governo as alterações da direção naquela empresa, nós na INB avaliamos que a atual direção indicada pelo governo Bolsonaro não tem mais condições políticas de ficar à frente da Empresa. Não tem a confiança do governo e não tem a confiança dos empregados.
Intersindical - 27 de abril de 2023
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